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UNIDADE DA BEMIS EM VOTORANTIM (SP) FECHA AS PORTAS EM NOVEMBRO

  • Thais Marques
  • 29 de ago. de 2016
  • 3 min de leitura

Aproximadamente 580 funcionários deixarão de trabalhar na unidade em Votorantim.


Imagem: Arquivo Pessoal

A indústria de embalagens plásticas, Bemis Latin America, anunciou, no dia 1 de agosto, que fechará as portas da sua unidade em Votorantim até novembro. Com isso, as produções serão concentradas em Três Lagoas (MT) onde o grupo adquiriu a Emplal, sua maior concorrente.

Um dos motivos seria a crise que se estendeu pelo mundo. A empresa, de capital aberto, teve muitas quedas nas ações da bolsa de valores, o que levou os acionistas a optarem pelo fechamento de quatro unidades da América Latina (sendo duas delas no Brasil). Outro fator levado em consideração foi a tecnologia. Segundo Calos Alberto dos Santos, presidente do Sindicato dos Químicos, a empresa alegou que nova unidade possui estrutura adequada ao tipo de produto que fabricam.

Carlos é presidente do Sindicato dos Químicos de Sorocaba. A Bemis é uma das maiores empresas em Votorantim. São 430 empregos diretos e aproximadamente 150 funcionários terceirizados. Com o seu fechamento, alguns funcionários serão transferidos e os demais, demitidos. A expectativa é que 30% dos empregados continuem com o grupo, podendo optar entre as unidades de Mato Grosso do Sul e Pernambuco, onde está instalada a Suape.

“O Sindicato estudou várias formas para reverter a situação. Fomos atrás do executivo da cidade, sem sucesso, para pedir a redução dos incentivos fiscais municipais. Não tendo apoio jurídico que obrigasse a empresa a ficar, sugerimos um pacote de benefícios para os funcionários que serão desligados. Além dos direitos legais, solicitamos que a empresa pague um valor a parte, como indenização, abono ou salário a mais, e outros benefícios, como convênio médico e cesta básica, que fossem prorrogados durante oito meses após a rescisão de cada trabalhador”, comenta Carlos.

Para os transferidos, a empresa pagará um mês de aluguel ou a estadia em um hotel até que o funcionário consiga um local para ficar e levar a família. A Bemis ainda arcará com a mudança dos pertences.

Os desligamentos e transferências acontecerão conforme as máquinas foram desativadas o que deve acontecer até o final de novembro.


Funcionário relata o clima dentro da empresa


A notícia surpreendeu a todos e o clima agora é de tristeza e apreensão. Muitos estão há anos na empresa e seus destinos são incertos.

O funcionário Valdeci Marques, lubrificador há 13 anos na Bemis, conta que está surpreso com a notícia. “É algo que jamais imaginei que iria acontecer. Não só eu, como todos os colegas de trabalho. Muitos deles não acreditam até agora nessa realidade, achando que alguém da direção vai voltar atrás a qualquer hora e dizer que cometeram um erro e que não fecharão mais as portas”, comenta.

Valdeci acredita que a cidade perde com a arrecadação de impostos e investimentos. “Será um efeito dominó. Os funcionários demitidos terão que economizar até conseguirem outro emprego e isso afeta a economia da cidade, já que aproximadamente 90% dos funcionários são daqui”, diz o lubrificador.

Para ele, a transferência é uma coisa que deve ser muito bem analisada. Caso seja convidado, Valdeci pretende permanecer em Votorantim. Os motivos são sua família e o custo-benefício. “Não vale a pena esse sacrifício, tendo em vista que estou para aposentar e por acreditar que posso estar tão bem, ou melhor, do que se fosse transferido”.

Valdeci planeja continuar trabalhando mesmo após a aposentadoria. “Pode ser até na mesma função que eu exerço (lubrificador industrial), que é uma das coisas que mais gosto de fazer. Posso dizer com todas as letras: amo essa profissão. Continuarei mantendo sempre o pensamento de que as coisas irão melhorar para todos”, finaliza.


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