EQUILÍBRIO NA REDE, CYBERBULLYING, E A BUSCA PELA PRIVACIDADE
- Luiz Tomé
- 1 de set. de 2016
- 2 min de leitura
Cabe aos pais orientar jovens em desenvolvimento psicológico?

Hoje Luisa Larissa, 18, sorri para todas as selfies, publica textos de incentivo a mulher e a cultura negra, mas nem sempre foi assim. A jovem já teve autoestima baixa e problemas para se socializar, ao ponto de não querer mais sair de casa, isto, devido as diversas vezes em que era intimidada por homens mais velhos e a forma preconceituosa como era tratada na internet. “Eu não sabia como desenvolver uma conversa com meus pais, nunca havíamos falado disso” explica Luisa. “Foi vendo vídeos de pessoas iguais a mim, que acabei me aceitando”, a jovem deixa claro que conversou com os pais sobre o assunto e foi “libertador”, porém demorou muito e diz que não teria aguentado tudo sozinha por tanto tempo.
Além do ‘cyberbullying’ (violência virtual) e o possível encontro com desconhecidos na internet, também há pessoas más intencionadas, rede de pornografia, prostituição infantil, drogas, etc. “Precisamos ter cuidado com nossos filhos na internet. Desde cedo deve haver uma conversa. Através do diálogo visar sempre o bom relacionamento, é importante que os pais possam acompanhar as atividades de seus filhos na rede”, explica q psicóloga Kelly Cardoso. “Ensiná-los a questionar, por exemplo: não adicionar desconhecidos que possam acompanhar a vida deles, nem fornecer dados pessoais”.
O Policial Militar, Gerson Dias, está convencido de quê não há riscos para seus filhos na rede. “Eu e minha esposa resolvemos que facilitaria muito colocarmos no nosso computador uma senha, que apenas nós saibamos. Tenho um filho de 15 anos e uma filha de 11 anos, eles não sabem da senha, quando precisam usar a internet nos pedem-na”. Essa fora uma das maneiras que Gerson diz ter encontrado para manter seus filhos em segurança, além de estabelecer horários para que não passem o tempo todo no celular ou computador.
Já a mãe de três garotas, Solange Da Silva Quaresma acredita que a filha mais velha apaga o histórico de conversa, por isso mudar a senha é algo que não faz muita diferença. “Não existe pai e mãe que controlem seus filhos na internet, eles dão um jeito de sempre trocar a senha e esconderem o que fazem”. Apesar de conversar muito sobre o assunto com as filhas, a do meio, Gabriela de 10 anos, pede constantemente para ter uma conta no Facebook. “Ela diz que todas as amigas estão na rede social”. A rede de Mark Zuckerberg possui uma política de usuário, onde a idade mínima para se criar uma conta é de 13 anos.
Uma pesquisa feita pelo “Tic Kids Online Brasil 2014” (CETIC – órgão especializado por pesquisas regionais, abordando o desenvolvimento da informação na sociedade) mostra que entre crianças de 9 a 10 anos, cerca de 43% possuem um perfil na rede. A situação é mais complicada com Ana Carolina, de 15 anos. O motivo? A adolescente sente que sua “privacidade” esta sendo invadida. “É natural o adolescente querer privacidade, visto que está entrando numa fase que começa a se interessar por sexualidade. Os pais devem respeitar esse momento, porém, nunca devem deixar de participar da vida dos filhos”, afirma Kelly Pedroso.
A psicóloga ainda ressalta sobre a exposição de jovens na rede, “Devemos orientar nossos filhos de que a intimidade só pode ser compartilhada com pessoas próximas, realmente com pessoas que participam de nossas vidas”.
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