DENGUE: O MAL DA DÉCADA
- Thais Marques
- 25 de fev. de 2017
- 2 min de leitura
Cerca de 20 mil pessoas morrem, anualmente, infectadas pelo mosquito Aedes Aegypti. Município de Votorantim corre risco de epidemia.

Nos últimos anos o assunto mais falado, no que se refere a saúde, é o mosquito da dengue. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 100 milhões de pessoas sejam infectadas anualmente e 20 mil morrem em consequência disso.Na Avaliação de Densidade Larvária (ADL), feita pelo Centro de Controle de Zooneses de Votorantim, a cidade teve um índice de 5,6, considerado estado de risco de epidemia pelo Ministério Público. A Prefeitura Municipal, junto com a Secretaria de Saúde, realizam trabalhos para orientar a população e fazem ações nos bairros para retirada de possíveis criadouros do mosquito.Nos últimos três anos, a cidade registrou mais de 3000 casos de dengue. O infectologista do Hospital Santo Antônio, Alcides Poli Neto, afirma que o grande problema está no combate do Aedes, já que o mosquito vem se adaptando no ambiente urbano.

Neto acredita que, caso ocorra uma epidemia, será um novo subtipo da dengue. A dengue é dividida em quatro subtipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Nos últimos anos, a epidemia esteve relacionada aos subtipos 1 e 4. “O que circula é um tipo de vírus da dengue no qual a população já está imunizada, por isso o número de caso está diminuindo com o passar dos anos”, completa.
O número de casos em 2016, em Votorantim, foi muito pouco comparado aos dados de 2015. “A região está mais calma que em 2015, mas enquanto tiver mosquito tem risco. Corre mais riscos aqueles que ainda não foram contaminados”, diz o médico.
Pelo Aedes Aegypti não transmitir apenas a dengue, algumas pessoas ainda se confundem em relação a distinção dos sintomas dessas doenças, “a dengue todo mundo já conhece, causa dor no corpo, febre alta, dor atrás dos olhos, dor muscular e, em alguns casos, até hemorragia ou a forma mais grave que leva a óbito. A chikungunya é uma febre não tão alta e dor na articulação, chegando a causar artrite. Essa dor pode persistir por meses. A zika, até o ano retrasado não era muito falada e as pessoas achavam que era uma “bobagenzinha” pois dá umas manchinhas na pele, um pouco de febre, coceira e depois some. Seu problema é essa relação provável com a microcefalia. É uma doença perigosa para gestantes”.

Após confirmação de algum desses casos, os médicos avaliam se é caso leve ou grave. Em casos leves o paciente é medicado, devendo permanecer de repouso e tomar muito líquido. Em casos graves ele é transferido para um hospital onde fica sendo medicado por soro intravenoso e fazendo exames de sangue para acompanhamento da evolução da doença.
Para evitar a contaminação pelo vírus da dengue, o infectologista reforça o uso de roupas mais compridas, repelentes, evitar criadouros dos mosquitos, não acumular ou jogar lixo na rua e a conscientização de toda a população. Ele completa dizendo que “não adianta sua casa estar limpinha e dali três casas seu vizinho não está fazendo isso”.
Uma pessoa pode ser contaminada apenas uma vez por um dos quatro subtipos da dengue, mas ela pode ter dengue e zika, por exemplo, ao mesmo tempo.
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