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O ÍNDIO E NOSSA HERANÇA CULTURAL

  • Bianca Franceschi
  • 25 de abr. de 2017
  • 4 min de leitura

No dia 19 de abril, é comemorado o dia do índio sendo exposta a cultura ao mundo



Em 1500, o colonizador Pedro Alvarez Cabral estava com as caravelas Santa Maria, Pinta e Nina a caminho da Índia e por acidente acabara encontrando o Brasil.


Logo quando achara o local, fora descoberto um povoamento um tanto exótico: os índios. O território foi batizado a princípio de Terra de Santa Cruz, logo Ilha de Vera Cruz, mas os habitantes da terra o chamavam de Pindorama e somente em 1527 a terra fora nomeada como Brasil, por conta do Pau-brasil, a qual os europeus retiravam um seiva da mesma e por meio de processo industrial retirada uma tinta vermelha, a qual a cor dirigia-se a nobreza.



Herança indígena


Os portugueses trouxeram ao Brasil a religião católica, pela qual os índios foram catequizados pelo Padre José de Anchieta, e houve o ensinamento da língua portuguesa, neste momento histórico, os índios passaram pelo processo de aculturação.

A cientista social Amanda Mancuso Pinheiro, 35 anos, acredita que a cultura dos indígenas é precária diante a sociedade. “As culturas indígenas nunca foram bem vistas pela sociedade. Temos uma visão de mundo muito diferente o que faz com que os julguemos como preguiçosos e pouco afeitos quanto ao serviço braçal e outras características pejorativas. Nunca os entendemos como parte da sociedade brasileira, ignoramos suas características culturais e os defendemos na garantia de seus direitos. Ignoramos o fato de que invadimos suas terras e impusemos novos valores e modos de vida”, comenta.


Dia do Índio


Em 1943, o presidente do Brasil, Getúlio Vargas, decretou por meio da lei 5540 a reflexão sobre os valores culturais dos povos indígenas além do respeito com os mesmos.


No dia 19 de abril é comemorado o dia do índio. O povo que habitava o território do Brasil, contribuiu com muito mais que sua etnia, dividiu também o conhecimento e os modos de viver na terra encontrada.

A data fora escolhida pelas lideranças indígenas do continente que participaram do Congresso Indigenista Interamericano, o qual criado para discutir políticas e zelar os direitos pelos povos indígenas, realizado sua primeira edição no México. Durante o congresso, há relatos históricos que os indígenas tinham medo dos ‘’homens-brancos’’ (povos não-indígenas) não os ouvirem e desconsiderar sua população em meio a sociedade. Mas com a interferência de Marechal Rondon (idealizador do Parque Nacional do Xingu e Diretor do Serviço de Proteção ao Índio), apresentou a adesão e instituiu a data mártir para a aceitação dos direitos dos indígenas à sociedade, junto a data em homenagem ao povo.


De acordo com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), a atual população indígena do Brasil é de aproximadamente 818.000 indivíduos, representando 0,4% da população brasileira. Vivendo em aldeias somam 503.000 indígenas. Há, contudo, estimativas de que existam 315 mil vivendo fora das terras indígenas, inclusive em áreas urbanas.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) contabilizou, em 2010, a população indígena aproximadamente com 896 mil pessoas que se declararam como indígenas, sendo 63,8% vivem na zona rural e 57,5%, moravam em terras indígenas oficialmente reconhecidas.



Antônio da Silva Gomes, 55 anos, autônomo, nasceu e foi criado na aldeia Katukina, localizada na região do Cruzeiro do Sul, no Acre. Sua criação fora composta totalmente pelos costumes indígenas que são populares ao conhecimento da sociedade contemporânea. “Aprendi a caçar, a pescar, a plantar, como todo índio aprende conforme a vida. Nós nos pintamos sim, e nos vestimos de maneira livre, peito de fora é sinal de masculinidade’’, comenta.


Antônio veio para a cidade de São Paulo por meio de um convite para visitar a zona urbana. “Quando vim à Capital para conhecer a região aprendi a me virar por aqui. A maior dificuldade no começo era o preconceito, o homem-branco me olhava com olhar indiferente, mas coloquei um objetivo na minha mente e consegui reverter a situação. O preconceito não me afetava, quem era pobre era o homem-branco por não conhecer a minha cultura”, relata.


Atualmente a sociedade não tem o conhecimento total sobre a diversidade cultural, quando questionamos três estudantes do ensino médio, com idades aproximadamente entre 17 e 18 anos, da rede estadual, os alunos apenas dizem que eram os povos que habitavam o Brasil antigamente e que lembram sobre o uso do um cocar e os rostos pintados.



Antônio recebera convites para visitar todo o Brasil em diversas tribos. ‘’Quando fui conhecer outros lugares, outros modos de viver, a minha cultura individual cresceu, e automaticamente valorizei a cultura das outras tribos. Atualmente os estrangeiros visitam o Brasil, e a cultura é vasta e supre as necessidade de conhecimentos, mas o meu maior incomodo é o fato que o brasileiro prefere conhecer a Disney do que uma aldeia indígena, o artificial do que é verídico que compõe a nossa história.”

Meios de homenagem

Na data em questão, dia 19 de abril, os indígenas são homenageados de diferentes formas, nas escolas municipais e particulares, os professores devem seguir o calendário escolar, o qual constam datas históricas as quais devem prestar homenagens.


A professora do ensino fundamental, Gilseia Vieira Cardoso, 45 anos, atua como educadora a mais de 20 anos, e de forma criativa consegue repassar aos alunos sobre os dados históricos e a valorização da cultura dos indígenas. “Como professora, tento resgatar fatos históricos e passar aos alunos tudo de forma clara e objetiva. No dia do índio trabalho com textos informativos e de fácil compreensão, sempre ressaltando os costumes e modos de vivência, e ludicamente fazemos vestimentas, confeccionando cocares, pintando os rostos com algumas cores para que os alunos resgatem a cultura e tenham a lembrança do que realmente é o índio”, declara a professora.




Oportunidade

Em Sorocaba, a Universidade Federal de São Carlos, UFSCar, idealizou um projeto chamado PET Indígena, Programa educacional de treinamento, o qual permite a união de comunidades de estudantes declarados índios à aprendizagem. O projeto foi criado por 12 estudantes provenientes de diferentes grupos de etnias e de diversos cursos de graduação da UFSCar. O foco do projeto é a proteção e a valorização do conhecimento indígena, afim de permitir a integração na comunidade, além da contribuição cultural, faz com que os índios tenham oportunidades de participação na sociedade contemporânea, por meio de estudos de conceitos e metodologia da história das comunidades indígenas.


A forma de ingressar na faculdade é por meio de vestibular. No portal da universidade os editais são periodicamente postados na rede, no endereço eletrônico: http://cciufscar.wixsite.com/ufscar. A UFSCar, campus Sorocaba, localiza-se na Rodovia SP-264, João Leme dos Santos, km 110, bairro do Itinga, onde pode-se encontrar orientações com a secretaria da instituição.


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