RITMO E MÚSICA
- Pamella Evarista
- 23 de set. de 2017
- 2 min de leitura

Rap: a história da música que expressa a indiferença e o preconceito da sociedade.
O termo RAP, em inglês, significa rhythm and poetry (ritmo e poesia) e surgiu na Jamaica, na década de 1960. Este gênero musical foi levado pelos jamaicanos para os Estados Unidos, especificamente para os bairros pobres de Nova Iorque. Possui uma batida rápida e acelerada e a letra vem em forma de discurso, muita informação e pouca melodia.
As gírias das gangues destes bairros são muito comuns nas letras das músicas e o cenário é acrescido de danças com movimentos rápidos e malabarismos corporais. O break, por exemplo, é um tipo de dança relacionada ao rap. O cenário é formado ainda por um visual repleto de grafites nas paredes das grandes cidades.
Já no Brasil, o surgimento se deu em 1986, na cidade de São Paulo. Os primeiros shows foram apresentados no teatro Mambembe pelo DJ Theo Werneck. Mesmo assim, ainda na década de 80 havia muito preconceito, pois as pessoas consideravam o estilo musical muito violento e tipicamente da periferia. O rap só obteve seu espaço em 1990, quando ganhou as rádios e a indústria fonográfica foi a que mais deu atenção ao estilo. Os primeiros rappers de sucesso foram Thayde e Dj Hum, logo depois começaram a surgir novas caras como Gabriel 'O Pensador', Racionais MCs, Pavilhão 9, entre outros.
Seja nas rádios, nas festas ou shows, o rap está ganhando cada vez mais espaço. Com discursos rítmicos e improvisações poéticas, nesse estilo musical a letra é mais importante que a melodia. Não é à toa que muitos deles nos tiram da zona de conforto e dos raciocínios convencionais, das discussões viciadas, fazendo-nos refletir de uma forma profunda sobre a vida como um todo.
O estilo musical ganhou as periferias e com isso uma forma de expressar a indiferença da sociedade, o preconceito e a situação precária nas favelas. Um grupo recém-formado, conhecido como Terceiro Tempo Rap, também revolveu investir nesse estilo musical. Os integrantes Roger William (Tattoagem Mc), Fabio Sampaio (Sampa Mc) e Vinicius Braga (Braga Mc), encontraram no rap uma forma de se expressar e denunciar injustiças presentes, não só no bairro, como em todo o Brasil.
"Preconceito sofremos sempre, seria estranho se não existisse. Mas nunca nos deixamos nos levar pelas críticas e pela opinião alheia, seguimos fazendo nosso trabalho e transformamos tudo que acreditamos em pontes, para alcançarmos a evolução sempre", comenta Roger Eles acreditam que a música carrega um peso muito grande na cultura brasileira. "Gostaria que tivessem mais lugares que tocassem rap, pois é um único estilo musical que apresenta conteúdo, diferente dos outros estilos que são mais divulgados na mídia que apenas com um refrão , faz sucesso", conta Romualdo. E, ainda, de acordo com o grupo, a televisão quase nunca divulga o rap, as rádios são poucas e a internet acaba sendo o único meio no momento. É como já dizia o trecho daquela musica "Já sofri preconceito por ser do rap, esperamos que algum dia aconteça a mudança. É difícil, mas ainda temos esperança", Target Planet.
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