CURSOS DE ENGENHARIA E TECNOLOGIA PROMOVEM PALESTRA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO PARA O DESEN
- Renan Alvarez
- 26 de set. de 2017
- 5 min de leitura
Encontro de Comunicação e Sociodiversidade garante visibilidade a questões sociais relevantes da economia e da sociedade contemporânea

Valéria Amoris (à esquerda), Carlos Humberto e Rosiane Moro (à direita), comentam sobre a importância da comunicação e da sociodiversidade no ambiente social e do trabalho. (Créditos: Renan Alvarez).
No sábado, dia 16 de setembro, na UNIP, de Sorocaba, o coordenador do curso de Engenharia de Produção, professor Alessandro Augusto Jordão, e o coordenador dos cursos de Engenharia Mecânica e Engenharia Mecatrônica, professor Luís Gustavo Paracêncio, promoveram um encontro sobre “Comunicação e Sociodiversidade”, dando continuidade aos encontros de Engenharia Integrada, iniciado no primeiro semestre de 2017, com a finalidade de aproximar a comunidade acadêmica do futuro contexto social e profissional.
Em conjunto com as competências gerais e específicas e com uma perspectiva multidisciplinar, o encontro se constituiu em um espaço dinâmico para o compartilhamento de experiências acadêmicas, profissionais e culturais.

Visando questões importantes da sociedade contemporânea, o encontrou reuniu jornalistas da comunidade acadêmica em torno de temáticas relacionada à comunicação, sociodiversidade, multiculturalismo, responsabilidade social, inclusão social, relações étnicas-raciais, ética, democracia, cidadania e outras.
Durante a palestra, a jornalista Valéria Amoris, professora da UNIP e doutoranda em Comunicação Pública, em conjunto com os jornalistas Rosiane Simone Moro e Carlos Humberto Ferreira Silva Junior, mestrandos em Comunicação Social, conduziram o encontro, incentivando a troca de experiências entre os ouvintes por meio de casos reais, dinâmicas e simulações práticas, aproximando questões de ordem social do futuro contexto profissional.
Comunicação é uma arte!
A jornalista, Valéria Amoris, trouxe questões como a importância da comunicação para a vida e para o dia a dia nas organizações e como aprimorar a comunicação para o mercado de trabalho, o qual esta cada dia mais exigente. A professora, também, apresentou algumas dicas para uma boa comunicação, dentre elas: expor objetivos, metas e planos, adequar a linguagem ao interlocutor, boa postura e entonação, ler muito, saber falar em público, ter domínio sobre vários assuntos, falar olhando nos olhos das pessoas, discordar sem ser desagradável como por exemplo, utilizando perguntas para reter o que não foi compreendido, entre outras questões que necessitamos praticar diariamente.
Além disso, a profissional expôs um estudo de caso em que relatou os problemas que levaram um candidato a prefeito não ser reeleito em virtude da falta de comunicação. Esta falta de comunicação gerou uma crise que tornou-se impossível de gerenciar.

Valéria Amoris ressalta uma frase de Karl Marx que resume a importância da comunicação ”A linguagem é tão velha como a consciência: a linguagem é a consciência prática, a consciência real, que existe também para os outros homens e que, portanto, começa a existir também para mim; e a linguagem nasce, como a consciência, da necessidade de promover intercâmbios com os demais homens”. “Quando conseguimos fazer esses intercâmbios, essas interações com outras pessoas, automaticamente tudo a nosso redor começa a se transformar. Nossa vida pessoal e nossa carreira profissional fluem de forma gradativa e sequencial, afinal só por meio da comunicação adquirimos conhecimento!”, enaltece.
De acordo com, Marilene Soares Silva, aluna do 9º semestre de Engenharia de Produção, a oportunidade foi singular, pois conheceu instrumentos que potencializam o seu poder comunicativo, podendo aplicá-los no seu cotidiano profissional e pessoal.
Já a jornalista, Rosiane Simone Moro, abordou sobre o gerenciamento de crise, citando casos de conhecimento público, como: da empresa Samarco, que foi responsável por um dos maiores desastres naturais da história do país que atingiu diversas cidades – uma extensão de aproximadamente seiscentos quilômetros, destruindo famílias e o trabalho de milhares de pessoas que vivem na região – do Estado de Minas Gerais e Espírito Santo.
Ela, ainda, citou casos populares que envolveram fortemente a mídia, como o do marca de perfumes O Boticário, que promoveu uma campanha do Dia dos Namorados com casais de gêneros iguais, que presenteavam uns aos outros, o qual gerou uma crise diretamente com o consumidor da marca, que expuseram publicamente no site da empresa a insatisfação com o caso. Além disso, a profissional, também, trabalhou o episódio da Coca-Cola, que criou uma grande polêmica pondo a prova à qualidade e a segurança do produto e da marca, após um consumidor vir a público dizendo ser vítima do incidente que houve durante a fabricação do refrigerante, no qual o mesmo encontrou e ingeriu um pedaço de rato morto dentro da garrafa. Vale ressaltar, que no caso da Coca-Cola, eles conseguiram provar judicialmente que eram inocentes.
Para Rosiane Moro, o essencial é manter o objetivo e conservar a integridade das pessoas, seja ela quem for, “lembrando que toda organização é feita por pessoas e as relações de ética e transparência devem ser respeitados por mais terríveis que seja o acidente ou o incidente”, conclui.
Ivone Lisboa, aluna do 10º semestre de Engenharia de Produção, o evento foi marcante, pois abordou temas importantíssimos, como a questão da velocidade de circulação das informações, oportunizado segundo ela, “um melhor entendimento da sociedade capitalista contemporânea”.
O palestrante, Carlos Humberto Ferreira, abordou o tema Sociodiversidade, que se trata de múltiplas ações que devem ser desenvolvidas para garantir que as pessoas possam conviver em harmonia.
Neste caso o ambiente de trabalho, como por exemplo: o fato de existir diferenças raciais, de gênero, de opção sexual, de posição financeira, de escolaridade, de gostos, é parte da sociedade. Segundo Carlos Ferreira, o contexto em que se coloca a comunicação é parte vital para o funcionamento de tudo. “Sempre que pensarmos na construção de uma casa, ou na elaboração de um trabalho de mestrado ou algo de tecnologia, é preciso pensar no contexto social que está inserido” afirma.

Isto vale para a maneira como vemos o outro, como nos fechamos em nossas casas, ou em nosso mundo interior. Carlos Ferreira acredita que é de suma importância pararmos de levantarmos “muros” em nossa sociedade. “Esses muros nada mais são que nossos pré-conceitos ao próximo. Nem os conhecemos, mas já os julgamos. Isto é um hábito do ser humano, e este tipo de comportamento ou hábito está aí para ser mudado, ou derrubado como um muro”, finaliza.
Segundo, Claudio Hideo Kashiwakura, aluno do 10º semestre de Engenharia de Produção, foi interessante discutir assuntos tão diferentes. "É importantíssimo nos comunicarmos de forma simples para facilitar o entendimento. Um ponto marcante do encontro foi pensarmos nossa atuação profissional ‘além dos muros’, evitando cerceamento da comunidade, a exclusão e a discriminação de pessoas por qualquer que seja a razão. Socializar é o caminho para o desenvolvimento sustentado!'
Em suma, o coordenador do Curso de Engenharia de Produção, professor, Alessandro Augusto Jordão, diz que a globalização somada aos avanços das tecnologias de informação e comunicação tem conduzido mudanças consideráveis nas economias e na sociedade contemporânea, acarretando a configuração de um novo paradigma tecnológico e de negócios, caracterizado pelo uso intensivo de conhecimentos e informações. Por essa razão, o encontro foi uma alternativa bem-sucedida de construção de conhecimento e vivência, que avançou na compreensão da sociedade contemporânea, apontando suas limitações e diversas alternativas para a construção de uma sociedade economicamente equitativa e socialmente diversificada, que respeita e valoriza as diferenças.
Créditos das fotos 1, 2 e 4: Renan Alvarez.
Crédito da foto 3: Valéria Amoris.
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